Meu interesse por leitura começou a despertar com a ajuda de uma tia, tia Célia, infelizmente falecida aos 92 anos de idade. Era solteira, atenta à leitura. Leu a vida inteira, depois, devido à idade a leitura já se tornou mais difícil. O seu passatempo passou a ser programas de perguntas e respostas que sempre acertava e se entristecia com a falta de conhecimento e leitura dos participantes.
Direta ou indiretamente ela me influenciou. Quanto a mim, fui muito tímido na infância e adolescência (Verdade!), sofria calado e, para desabafar, comecei escrever poemas. Ferramenta usada para pôr para fora toda minha angústia, tristeza..., aí, entrei nesse fantástico mundo da poesia. Fui também "um anarquista mental", como diz Danuza Leão. Lia de tudo, mas não tive a sorte de ter os amigos que ela teve. Em compensação tinha a tia Célia e suas leituras que me contava em parte para me fazer buscar o livro e ver o final. Até hoje lembro da minha tia conversando sobre livros comigo(leu todos os clássicos que já ouvi falar) e quando "brincava de falar errado" ela prontamente me corrigia " menino, você é professor, tem que dar exemplo, não pode brincar assim senão acostuma e acaba falando errado com seus alunos sem perceber". Saudades!
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